terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Descer do monte

Na homilia do passado domingo, o domingo da transfiguração de Jesus, o padre Carlos disse algo muito curioso. Tinha a ver com a descida do monte, de como depois daquele momento com Jesus, é preciso descer do monte e continuar a vida do dia-a-dia.

Sim, como seria bom acamparmos com Jesus, e não termos de regressar aos nossos deveres, alguns aborrecidos, de voltar a conviver com algumas pessoas com quem temos de ter mais paciência, que talvez não queiram conhecer Jesus...  Enfim, que não viram a transfiguração de Jesus.

Não sabemos o que pedimos.


Sinto que de certa maneira já muitas vezes "subi ao monte", e depois dele tive que descer. A tantos retiros, a encontros, a atividades, a celebrações, etc. que já fui.

Lembro-me dos primeiros retiros em que participei, a partir dos 18 anos, cerca de 3 por ano. Retiros para jovens, que começavam numa sexta à noite e terminavam no domingo à tarde. Lembro-me de como sentia o coração a transbordar, da alegria que as pessoas transmitiam,  das novas perspectivas que os ensinamentos me davam.
Lembro-me de como sentia o coração a arder com Palavra de Deus ouvida pela primeira vez! (e da n-ésima vez também, tal como ainda hoje em dia). Tal como Pedro: Senhor, é bom estarmos aqui...

E lembro-me também do sentimento na segunda-feira seguinte. Saudade.
Saudades daquele fim-de-semana, daquela alegria, das pessoas. Sede, sede de mais Palavra, sede de água viva.

Então, certa vez, perguntei ao meu amigo padre Marcelo (na altura seminarista) se não sentia saudades dos retiros nos dias seguinte. A resposta que ele me deu abriu-me o entendimento. A resposta pode ser agora aplicada a esta ideia do monte:

Não descemos do monte sozinhos. Jesus vem connosco!



2 comentários:

  1. Que bela mensagem para todos nós que às vezes descemos e nos sentimos sós... sim Jesus desce também connosco!!!
    Obrigada por estas palavras

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