terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Sonho

Era um dia chuvoso, saía do trabalho todos os dias às 19h30 e tinha que percorrer toda a baixa da cidade para chegar à estação e apanhar o meu comboio para casa que partia Às 20h00 . Ainda me esperava uma hora de viagem e como já era de noite eu tinha sempre muito medo de ir aquele caminho sozinha, de ir no comboio sozinha. Entrava sempre no mesmo sitio um homem estranho que olhava para as miúdas da carruagem com um olhar suspeito. A mim, aquele olhar soava-me estranho e encarava-o sempre com muito medo embora tentasse disfarçar.

Enquanto caminhava pela baixa, com o andar apressado, sentia que alguém me seguia, eu nem ousava olhar para trás, tinha muito receio de quem fosse, então apressei ainda mais o passo, e começo a sentir a pessoa que me seguia a correr. Ouvia o chapinhar nas poças de água no chão. O medo começava a apoderar-se do meu coração, enchi-me de coragem e virei-me, tencionava confrontar a pessoa, e perceber se me conhecia e se me queria perguntar algo.
Quando me virei vejo um vulto meio embaciado (dos óculos que usava na altura) era alguém que vestia uma túnica branca até aos pés e estendia os braços para me abraçar. Estranhei a presença e perguntei "Quem está aí?" aproximei-me novamente e repeti a questão:

- Quem está aí?
- Não me reconheces, Cláudia?

Estranho! toda a gente me chamava Maria Cláudia, só minha família chegada me chamava Cláudia, é alguém próximo, pensei eu. Limpei os óculos e observei novamente. Era Jesus, eu olhei bem, tinha chagas nas mãos e nos pés, tinha o cabelo lindo e luminoso, usava uma túnica branca e tão sequinha no meio daquela chuva, tinha um rosto alegre e simpático.

foto retirada da internet

- Jesusss, és tu? - corri para os seu braços e abracei o Senhor.
- Vamos, senão perdes o comboio- dizia Jesus
- Vens comigo?
- Claro! Vou sempre contigo.
- A sério? Às vezes sinto-me tão sozinha.
- Mas não estás Cláudia, Eu estou sempre contigo.

Lembro-me de ir com um sorriso imenso, já não ia sozinha para o comboio, abriguei-o no meu chapéu e fomos  juntos a rir às gargalhadas. Pelo caminho conversamos muito, contou-me muitas histórias e eu a ele, histórias tristes e alegres. Deu-me a mão muitas vezes. Lembro-me como se fosse hoje, o quente da sua mão, a ternura e o amor que transmitia... sossegou-me o coração.

Começo a ouvir aquele som característico do comboio a chegar à minha estação de saída e disse-lhe com uma voz triste:
- Bem, tu ficas não é? Eu vou sair aqui!
- Não, eu vou contigo, não te disse que estou sempre contigo.
- Que bom, vou já pedir à minha mãe para fazer um jantar especial, faço questão que jantes conosco

Fiquei tão feliz, tinhamos um convidado muito especial. O Viper (meu cão) ladrava e saltava por todo lado porque eu estava a chegar a casa
- Não tenhas medo, Senhor, ele não faz mal, está só contente de nos ver.
- Eu sei
O Senhor fez-lhe uma festinha na cabeça e ele calou-se rebolando no chão de alegria, ao chegar à porta de minha casa, que ficava num sitio muito isolado sem casas à volta, disse-me:
- Bem, já estás em casa, agora vou acompanhar outras pessoas.
- Mas não ficas para jantar? eu faço uma sobremesa, acho que a mãe uma comida muito boa?
- Obrigado minha filha, mas existem outras pessoas a precisam de acordar, mas nunca te esqueças, onde quer que vás, está descansada, estarei sempre contigo.


foto retirada da internet

Depois acordei, deste maravilhoso sonho... tinha um sorriso enorme e a mim mãe perguntava o que se passava que eu estava diferente. Contei-lhe o sonho e ela riu-se! Este sonho para mim foi bastante real, pois nunca mais tive medo de andar sozinha na rua de noite. Pois sei que o Senhor estará sempre comigo,


As suas últimas palavras foram que "existem outras pessoas que precisam de acordar", na altura não entendi bem, pensei que fosse alusão ao facto de ser um sonho. Hoje, a palavra "acordar" para mim significará abrir bem os olhos, ver e sentir a presença de Deus na nossa vida Samuel também ouvia Deus chamar por ele e não percebeu logo que era o seu Deus. Temos que estar de ouvidos atentos para poder acordar e recebê-Lo na nossa casa.



O jovem Samuel servia o SENHOR sob a direcção de Eli. O SENHOR, naquele tempo, falava raras vezes e as visões não eram frequentes. Ora certo dia aconteceu que Eli estava deitado, pois os seus olhos tinham enfraquecido e mal podia ver. A lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado e Samuel repousava no templo do SENHOR, onde se encontrava a Arca de Deus. O SENHOR chamou Samuel. Ele respondeu: «Eis-me aqui.» Samuel correu para junto de Eli e disse-lhe: «Aqui estou, pois me chamaste.» Disse-lhe Eli: «Não te chamei, meu filho; volta a deitar-te.» O SENHOR chamou de novo Samuel. Este levantou-se e veio dizer a Eli: «Aqui estou, pois me chamaste.» Eli respondeu: «Não te chamei, meu filho; volta a deitar-te.»
Samuel ainda não conhecia o SENHOR, pois até então nunca se lhe tinha manifestado a palavra do SENHOR. Pela terceira vez, o SENHOR chamou Samuel, que se levantou e foi ter com Eli: «Aqui estou, pois me chamaste.» Compreendeu Eli que era o SENHOR quem chamava o menino e disse a Samuel: «Vai e volta a deitar-te. Se fores chamado outra vez, responde: «Fala, SENHOR; o teu servo escuta!» Voltou Samuel e deitou-se. Veio o SENHOR, pôs-se junto dele e chamou-o, como das outras vezes: «Samuel! Samuel!» E Samuel respondeu: «Fala, SENHOR; o teu servo escuta!»

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